A 3 de Outubro, passei de propósito pelo Porto, para ter a alegria de almoçar com antigos colegas meus da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e assim iniciarmos as nossas COMEMORAÇÕES DOS 50 ANOS DO PRIMEIRO CURSO DE FILOSOFIA DA FLUP, restaurada em 1962.
Foi um tempo muito agradável. No meio de outras recordações, lembrei-me como havia um grupo unido e terem sido alguns colegas que, no dia dos meus 21 anos, me ofereceram de presente dois livros da Simone Weil (nota – sugestão do José Carlos Costa Marques, que também neste pormenor mostrou suas qualidades de liderança).
Chegada a casa desse Maio de 1964, comecei motivada a leitura e, uma semana depois, o Padre Júlio Fragata aceitava ser orientador da minha tese de licenciatura sobre o pensamento de SW, a iniciar um ano depois. AMOR À PRIMEIRA VISTA.
Desde então a vida+obra dessa mulher nascida em 1909 tornou-se uma MARCA INDELÉVEL NA MINHA VIDA. Mas, de há uns tempos a esta parte, devo confessar, com uma renovada intensidade. Isso acontece, fora de dúvida, pelos momentos de “détressse” profunda que me assaltam com origem nos desmandos locais e globais. Na verdade, a maneira como ela denuncia o “GROS ANIMAL” vem-me à memória frequentemente, e tenho imagens que ainda não comecei a confirmar (porque de 1967 até hoje muitas foram as outras paragens mentais por onde andei) que me parecem boas pistas de reflecção-acção. Asssim, sinto que vou ter que voltar, imperativamente, ao seu convívio, para que também ela me ajude, agora, a reagir positivamente ao ambiente geral, onde me recuso a viver sem ESPERANÇA.
Renovada intensidade, também e ainda, pelo valor atribuído à “attente”/”attention”, como bem me recordou, com a sagacidade de sempre o meu amigo Antonio Lafuente, da última vez que nos encontrámos em Madrid. Sim, porque chegou o momento de dar valor à lentidão (exemplo: a minha lombalgia obriga-me geralmente a andar devagar, e o que disso tem resultado? uma maior capacidade de atender ao que acontece à minha volta: como o deitar na relva ou num banco de praça, tirando fotografias bem curiosas (ombreiras, varandins ou tectos de casas, copas de árvores e nuvens), como ocorreu anteontem em BHAKTAPUR, cidade onde Bertolucci rodou O PEQUENO BUDA.
Finalmente. e o mais importante de tudo, pela sensação de ter chegado o momento de dar um passo em frente e superar a suspeita que sempre me acompanhou = dediquei à SW uma quota-parte da minha vida intelectual, fiz com bons resultados uma interpretação à altura do seu pensamento, mas… sempre dentro dos limites e regras do pensamento ocidental.
LIMITES QUE NÃO CONSEGUI AINDA ULTRAPASSAR DEVIDAMENTE, E ISTO DESDE E MESMO DEPOIS DE 1967.
Assim sendo, esperemos que agora vá poder revisitar SW, que tanto leu o pensamento oriental com grande domínio do sânscrito, e dela receber algumas perspectivas novas para a minha preocupação permanente de encontrar
CONTORNOS URGENTES do(s) novo(s) paradigma(s) PARA UM MUNDO MAIS JUSTO, MAIS HARMONIOSO E MAIS BELO!
TAMBEM POR ISSO AQUI ESTOU EU
ana luísa
NO DIA DE ANO NOVO NEPALÊS









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